domingo, 17 de abril de 2016

Quanto tempo, não é mesmo?!


Ual, parecia até que eu nunca iria voltar aqui, se não fossem pelos meus pensamentos. Durante todo esse quase 1 ano de Ana e Mia que fiquei ausente, todas as vezes que eu decidia comer o que não deveria ou miava o pouco que comia, o blog vinha na minha cabeça, afinal, aqui tinha pessoas que liam sobre o que eu passava.

Foi bom? Estou curado? HAHAHAHA gente, parem com essa ideia de que Ana e Mia tem cura, não estou curado de nada, mas estou bem, atingi meu peso objetivo até que fui recomendado a engordar pelo menos um pouco para seguir com alguns tratamentos estéticos, ok, aceitei, já que estamos buscando beleza e aceitação, consegui fazer esse esforço.

A Ana passou a ser distante nesse tempo, me tornei adepto de uma dieta (de poucos alimentos e quantidades, minha mesmo, nossa, no caso), então como pouco, o corpo sempre pede comida, eu vou lá e dou um pouquinho para ele, assim... Pra fica vivo, aliás quando dizem que como pouco é a minha desculpa preferida, "eu como pra ficar vivo, não por gula", posso dizer que funcionou até agora.

E a Mia? A Mia é minha amiga, por mais que minhas crises tenham diminuído bastante, as vezes tenho impulsos incontroláveis e chego a miar até 10 vezes por dia, um horror né?! Mas melhor tirar do que deixar lá. A chave do negócio é realmente fechar a boca, também é o que eu falo pra todo mundo que me pergunta como perder peso.

E a saúde? Sinceramente, gente, quando eu digo fechar a boca é parar de comer quase tudo, mas não te privar de um pouco de açúcar, açúcar gera energia, é a melhor forma de enganar quem acha que você está doente, e talvez um pouco de carboidrato, pra parar em pé e diminuir crises de dor de cabeça, ânsia, afinal, você tem que fingir estar muito bem. Aparências.

Só que tem um problema, um não, vários, quando você se sente melhor com o peso, começa a notar outras imperfeições no seu corpo e em você, e é com isso que venho lidando durante esse tempo. Aparência importa, o mundo é feito de aparências, quem disser que não é verdade está lendo o texto errado. Nunca fui confiante, nunca andei de nariz empinado, sempre sofri bullying, se não era por conta do peso, era por gostar de homem, tem muita gente ruim nesse mundo que contribui para formação da nossa personalidade, infelizmente.

Quando alguém te vê na rua, no metrô, andando no shopping e percebe "Olha, ele (a) é magro" o olhar sobe diretamente para o rosto e é a partir daí você é considerado bonito ou feio diante dos padrões da sociedade (e eu adoro os padrões da sociedade), não porque fui influenciado, porque a mídia diz, nada disso, tenho opinião própria, e a minha é essa.

Existe perfeição na minha cabeça, o problema é saber que ela está tão e infinitamente distante do meu eu, magro ou não, certas vezes tenho vontade de jogar tudo para o alto e desistir de buscar o que é melhor para mim (a partir dos meus padrões). Aquele discurso ridículo de que você tem que se amar do jeito que é, é a pior coisa que eu posso ouvir, porque reanima na minha cabeça o quão longe estou de amar a minha própria questão visual.

Pra quem começa agora, ou está a pouco tempo nessa onda de perder peso com ana/mia, tenha na cabeça não é impossível. Você pode alcançar o seu padrão, e muitas vezes custe o que custar, programas que você deixa de fazer, amizades que você vem a perder, a auto confiança que desaparece, a força de vontade que fica desmotivada, mas não pare, tudo isso é consequência. Mas hoje eu posso dizer orgulhoso que visto 36, estou orgulhoso do número, não da aparência do corpo, por baixo dos panos, tecidos, fibras, só nós sabemos o que escondemos.

O próximo passo é poder sair do casulo dessa transformação e me dar a liberdade de que alguém veja beleza em mim, durante esse tempo minha auto confiança caiu para 0, eu apaguei todas as minhas redes sociais, desfiz várias amizades, me afastei de pessoas que eu gostava, não me atrevo a tirar uma única fotografia, mas hoje já aceitei e estou levando como parte essencial desta busca pela beleza, ninguém disse que seria fácil.

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